terça-feira, 15 de abril de 2008

Lugares da minha infância

Lugares da minha infância
Recantos da minha calma
Onde vos vou encontrar?
Olho devagar...Tenho medo...

Procuro a fonte da vida
Que ando perdida.
Quero encontrar a raiz do meu ser,
Quero amanhecer...Não sou ninguém...

Recordo com emoção imagens que não esquecem
E não me sinto tão sozinha,
Mas penso..."Não sei se mereço".

Olho devagar...Tenho medo...
Medo de reconhecer em ti...em lugares que não vivi,
O grito do meu sossego!...

2 comentários:

Anónimo disse...

Uma parte de nós cresce, trabalha, casa, dá filhos ao mundo, divorcia, ama outra vez...

Outra parte não quer sair de lá, daquelas tardes em que subíamos o pinhal depois das 3 da tarde e brincávamos tanto, tanto que os dias pareciam gigantes.
Tardes de saltar ao elástico, de jogo da mata, de “cirumba” (nem sei se é assim que se escreve), de esconde-esconde, de saltar ao carneiro... cheirava tanto a primavera e verão.
Mais tarde era o rio, a bicicleta... tb muito trabalho.
Mas acredites ou não, acho que o trabalho foi muito importante.
Foi duro sim... mas o cheiro da erva, aquele azul todo do céu...

Agora trabalho sentada mas nem luz do dia tenho.
Ao sábado até me custa andar na rua, a claridade fere-me os olhos.
Queira Deus que não me afecte tb interiormente!!
Mas ao fim de 11 anos até a alma já tem dificuldade de ver na luz natural.

Uma "finta" para ti.
Paula

mimika disse...

Eu consigo, agora, encontrar alguns recantos da infância que pareciam perdidos. Recordo alguns cheiros, risos, inocências e sabe-me tão bem.

Infelizmente, a infância não se consegue viver na sua plenitude porque as crianças crescem e são obrigadas a endurecer e a perder alguma da sua infantilidade, mas é possível recuperar algumas coisas...é possível hoje...ouvir gargalhadas, oferecer sorrisos e palavras doces.

Bj