Quando estou só reconheço
Se por momentos me esqueço
Que existo entre outros que são
Como eu sós, salvo que estão
Alheados desde o começo.
E se sinto quanto estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.
Creio contudo que a vida
Devidamente entendida
É toda assim, toda assim.
Por isso passo por mim
Como por cousa esquecida.
Fernando Pessoa
2 comentários:
Sentiria ele, sempre, uma solidão tão profunda ou apenas às vezes?
Como eu, nas noites quando não consigo dormir e sinto uma dor no peito e começo a olhar para dentro e vejo vazio e cada vez mais vazio, que me leva, por vezes, a acordar o P. porque tenho medo que aquele buraco/vazio me “engula”... mas não digo o que é. Respondo apenas: “não consigo dormir”.
Ainda bem que nos brindaste com a tua presença. Enriqueceste cada momento...esse, sim, foi o melhor presente que se pode dar.
Beijinhos para ti e para o teu Cuquedo ;)
Ps: será que a tesoura trabalhou hoje? espero que não tenha sido severa ;)
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