sábado, 7 de março de 2009

Perder

Perder é começar. A minha vida
foi movimento em cerne opaco e frígido...
E quando sei que este momento eterno
em mim percorre sulcos, veias, sonhos,
outro momento abraça-me o porvir —
e desconheço a margem onde navegar,
onde aportar o peso do caminho.

Perder é começar. Por isso a ténue sombra
desenha no sigilo os abismais instantes
onde existiu, uma vez, qualquer destino exacto.

António Salvado, in "Na Margem das Horas"

6 comentários:

Anónimo disse...

Adorei este poema.

mimika disse...

Perder é (re)começar. Para onde vai o caminho que encontrámos para voltar a trilhar...não se sabe. Sabemos apenas que uma parte dele somos nós a desbravar. Custa? Mto!
Saibamos saborear os momentos em que conseguimos arrancar as pedras e as atiramos para trás.

beijinhos. mtos.

mimika disse...

No sábado vamos àquele lugar onde as palavras se encarregam de nos fazer sonhar.

Se quiseres vir, já sabes, nesta viagem há sempre lugar para mais 2 ;)

bj

mimika disse...

OBRIGADA por TUDO e este TUDO é TANTO!

Mais uma vez me surpreendeste de forma absolutamente MARAVILHOSA!

Beijinhos, doce amiga, és mto linda!

Anónimo disse...

Como te lembras das flores?
Achei que isso era uma memória só nossa e afinal não... e ainda bem.
Flores nos desenhos, flores nos recados que deixava...

"Paula, faz o almoço ao avô.
Beijitos
Mamã"

Encontrei este no outro dia.
Não usava "inhos" sempre "itos".
Não verbalizava mamã, mas assinava muitas vezes assim.

Beijitos para ti.

mimika disse...

Só vim dizer mais uma vez que foste FANTÁSTICA nos teus "papéis"!

:)))))