terça-feira, 18 de novembro de 2008
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Cansada
Tenho a minha pele cansada
Meu olhar mortiço, sem brilho, sem sono
A voz que me chega, não me diz nada
As mãos tenho-as deixado ao abandono…
A dor que sinto não sei explicar
É um todo, um vazio a pairar
Sem rumo, sem lugar, sem imagem
É um profundo desalinho, uma miragem.
Ouço-te, talvez, de vez em quando
Quando parto a procurar-te
Mas o silêncio é tão grande em toda a parte
Que meu querer vai- se apagando.
Sonhar-te seria verdadeira?! Sonhei-te, oh vida inteira!
Tão real que te tinha por minha
Agora não te vejo, caminho, não te reconheço fronteira...
Meu olhar mortiço, sem brilho, sem sono
A voz que me chega, não me diz nada
As mãos tenho-as deixado ao abandono…
A dor que sinto não sei explicar
É um todo, um vazio a pairar
Sem rumo, sem lugar, sem imagem
É um profundo desalinho, uma miragem.
Ouço-te, talvez, de vez em quando
Quando parto a procurar-te
Mas o silêncio é tão grande em toda a parte
Que meu querer vai- se apagando.
Sonhar-te seria verdadeira?! Sonhei-te, oh vida inteira!
Tão real que te tinha por minha
Agora não te vejo, caminho, não te reconheço fronteira...
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Lágrimas Ocultas
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida ...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago ...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim ...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida ...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago ...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim ...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Subscrever:
Mensagens (Atom)